À Boleia pela Galáxia
Segundos antes de a Terra ser destruida para dar lugar a uma auto-estrada intergaláctica, Arthur Dent é salvo e levado para bordo da nave que estava a construir a auto-estrada por um amigo.
Um livro ilariante, que nos fala de coisas altamente improváveis, como sejam naves com propulsão de improbabilidade ou ratos que andam à milhões de anos a fazer teste connosco, ou dois primos de outro mundo, um deles o melhor amigo de um tipo, o outro rouba-lhe a candidata a namorada, e que acabam por se juntar (os quatro) no meio de nenhures, e tudo porque o segundo primo decide procurar um planeta altamente imporvável de existir, mas que afinal existe mesmo.
À boleia pela galáxia é um livro que nos fala da resposta para a pergunta derradeira da vida, do universo e de tudo o resto:
Dois homens sobriamente vestidos encontravam-se respeitosamente sentados em frente do terminal e esperavam.
– Está quase na hora – disse um deles. E Arthur ficou espantado ao ser uma palavra materializar-se repentinamente no ar, mesmo ao lado do pescoço do homem. Dizia LOONQUAWL e piscou algumas vezes antes de desaparecer novamente. Antes que Arthur conseguisse assimilar este facto, o outro homem falou, provocando a aparição da palavra PHOUCHG junto ao seu pescoço.
– Há setenta e cinco mil gerações, os nossos antepassados iniciaram este programa – disse o segundo homem. – E depois de todo este tempo, seremos nós os primeiros a ouvir o computador falar.
– Uma prespectiva pavorosa, Phouchg – Anuiu o primeiro homem. Só então Arthur percebeu que o que tinha visto antes eram legendas.
– Seremos nós que ouviremos – replicou Phouchg – a resposta à grande pergunta sobre a vida…!
– O universos…! – continuou Loonquawl.
– E tudo o resto!
-Chiu! – exclamou Loonquawl com um pequeno gesto. – Acho que o Pensamento Profundo se está a preparar para falar!
Houve um pausa expectante enquanto os painéis da frente da consola ganhavam vida lentamente. Luzes piscaram de forma experimental, acabando por assumir um padrão funcional. Um suave zumbido veio do canal de comunicações.
– Bom dia – disse finalmente Pensamento Profundo.
– Hmm… Bom dia, Pensamento Profundo – disse Loonquawl, nervoso. – Tens… hmmm, isto é…
– Uma resposta para vos dar? – interrompeu Pensamento Profundo majestosamente. – Sim. Tenho.
Os dois homens estremeceram de ansiedade. A sua espera não fora em vão.
– Há mesmo resposta? – arquejou Phouchg.
– Há mesmo resposta. – confirmou Pensamento Profundo.
– Para tudo? Para a pergunta derradeira da vida, do universo e de tudo o resto?
– Sim.
Ambos os homens tinham sido treinados para este momento e as suas vidas dedicadas à preparação deste instante. Tinham sido escolhidos à nascença para serem aqueles que iriam testemunhar a resposta mas, mesmo assim, deram por si a gaguejar e a contorcer-se como crianças excitadas.
– E estás pronto para nos dar essa resposta? – insitiu Loonquawl.
– Estou.
– Agora?
– Agora. – disse Pensamento Profundo.
Os dois homens passaram a língua pelos Lábios secos.
– Mas parece-me – acrescentou Pensamento Profundo – que ela não vos vai agradar.
– Não interessa! – disse Phoughg. – Temos de saber! Agora!
– Agora? – perguntou Pensamento Profundo.
– Sim! Agora…
– Está bem – concordou o computador. E voltou tudo ao silêncio. Os dois homens agitaram-se. A tensão era insuportável.
– Vocês não vão gostar mesmo nada – avisou.
– Diz-nos!
– Está bem – disse Pensamento Profundo – A resposta à Pergunta Derradeira…
– Sim…!
– Sobre a Vida, o Universo e Tudo o Resto…
– Sim…!
– É…
– Sim…!!…?
– Quarenta e dois – pronunciou Pensamento Profundo calma e majestosamente.
E assim ficamos a saber a resposta à pergunta, e no capitulo seguinte o autor diz-nos como pode ser descoberta a pergunta, pois a resposta é bastante obvia depois de se saber a pergunta…
Um livro fascinante, digo mais uma vez, que se lê com tal facilidade que o dificil, verdadeiramente, é parar. Um livro que comprei em Português, mas que em breve irei comprar em inglês… Se alguém me quizer oferecer uma prenda de natal aqui fica um sugestão…
Source: Páginas Tantas