O factor Aladino

Uma das maiores lições que já aprendi foi quando era empregado numa loja de vídeos em Fort Lauderdale, na Florida. Eramos pago à comissão – uma comissão muito pequena em electrodomésticos de maior porte, coisas como televisões e câmaras de video e uma comissão maior nas restantes mercadorias – baterias, malas e outros acessórios – porque havia muita venda destes produtos. Um dia, entrou um individuo cheio de pressa. Ele ia fazer uma viagem com a família, que estava à espera no carro, e precisava rapidamente de uma câmara de vídeo. Ele confiou em mim e disse:

– Dê-me aquilo que acha melhor porque quero gastar 1000 dólares numa câmara de vídeo. Aqui está o cheque. Dê-me algo que possa utilizar agora.

Por isso, escolhi para ele e ensinei-o a utilizá-la. Não ganhei muito dinheiro com aquilo porque era um electrodoméstico de grande porte. Em vez de lhe mostrar todos os acessórios, disse para mim mesmo «este tipo está com pressa».

Cerca de três dias mais tarde, o mesmo homem regressou como se eu tivesse acabado de lhe matar um filho.

– Confiei em si. Passei-lhe um cheque de 1000 dólares assim que aqui entrei. Era suposto você tomar conta de mim. Fui pela primeira vez à DisneyWorld com a minha família e passados vinte minutos a bateria da minha câmara de vídeo ficou sem carga. Se era suposto tomar conta de mim, por que é que não me vendeu uma bateria extra?

– Porque estava com muita pressa.

– Arruinou as minhas férias.

Sinti-me a morrer e aprendi a nunca tentar ler a mente dos outros ou indicar a alguém o que precisa. Só leraria dois segundos a perguntar se queria uma bateria extra ou um tripé e deixá-lo decidir. Não só perdi um cliente como perdi uma comissão valiosa. Agora deixo sempre o cliente decidir se lhe serve ou não.

Esta é uma das muitas histórias que pode encontrar neste livro de Jack Canfield e Mark V. Hansen, autores de livros como Canja de Galinha para a Alma.

Este em particular é um livro que nos mostra como conseguir alcançar o que pretendemos, na maioria das vezes pela forma mais simples, e aquela a que nenhum de nós pode fugir… Pedindo.

É um livro que nos fala sobre a forma como podemos pedir o que pretendemos obter, e que nos lembra a história do ladrão:

Existe uma história sobre um ladrão que em tempo antigos roubou um casaco magnifico. O casaco era feito dos melhores materiais incluindo botões de prata e ouro. Quando ele voltou para junto dos seus amigos após ter vendido o casaco a um comerciante do mercado, o seu melhor amigo perguntou-lhe por quanto dinheiro tinha vendido o casaco.

– Cem moedas de prata – foi a sua resposta.

– Quer dizer que só recebestes cem moedas de prata por aquele casaco magnifico? – perguntou-lhe o amigo.

– Existe algum número maior do que cem? – perguntou o ladrão.

Uma história que serve de introdução ao primeiro capitulo do livro, em que o autor nos lembra que a principal razão porque as pessoas não pedem aquilo que querem é por não saber o que pedir. Uma história que nos lembra que a ignorância é muitas vezes o nosso pior inimigo.


Source: Páginas Tantas